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quarta-feira, 29 de maio de 2013

NOSCE TE IPSUM

Amanhece lá fora. Depois de passar horas observando o céu escuro, já consigo distinguir os tons mais claros de azul, apesar das nuvens cinza carregadas. Vai voltar a chover.
O despertador ainda vai demorar a tocar. E tomara que a bateria do celular aguente até a hora de sair da cama. O acende e apaga da luz do display durante a noite toda reduziu a carga ao mínimo. Já decorei minha agenda. Li todas as mais de mil mensagens. Vasculhei todos os aplicativos. Revi todas as fotos. Ouvi quase todas as músicas.
Tudo parecia melhor e mais fácil do que o Oráculo de Delfos que me esperava ansiosamente. Autoconhecimento. Nunca entendi muito bem essa bendita palavra. Até hoje a noite. Até o clarão na mente cegar meus olhos e mudar meu sentido. Até algo me mostrar de onde vim, onde estou e para onde vou.
É, o caminho está bem aberto e fresco. Cheiro de terra molhada. Basta reunir força e coragem para começar a andar. Despir as roupas antigas, abandonar velhos hábitos, me despedir da rotina, olhar sempre em frente.
Eu vou conseguir. Sou forte o bastante. É só que às vezes me escondo pro resto do mundo. E até para mim mesma até algumas horas atrás. Mas, nesse momento, a cortina se abriu e a visão é linda, coisa de outro mundo. Pena quem não consegue enxergar.

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