Pilhas e pilhas de coisas acumuladas pra fazer. E eu? Presa. Presa na
beira do abismo que é o meu coração. Aquele sentimento que eu sempre te dizia,
sobre achar que minha vida está passando ante meus olhos e eu imóvel, continua.
Agora mais forte, porque você não está aqui pra me abraçar e dizer que vai
ficar tudo bem.
Eu sei que te machuquei, mas você me machucou também. Eu não poderia
ter feito o que fiz, mas você também não. Pensei que nunca mais ia querer saber
sobre você, mas eu quero. Eu sinto saudade. Sinto falta daquelas coisas que só
nós dois entendíamos. Mas, sou adulta o suficiente pra entender que muitas
coisas não têm volta, não tem conserto. Se essa foi uma delas pra você, me
resta respeitar. Confesso que às vezes me pergunto se um dia seremos capazes de
nos perdoar mutuamente e, quem sabe, conseguir apagar (ou pelo menos superar) o
passado. Outro dia uma colega me disse que o amor verdadeiro é maior do que
tudo.
Quero que você saiba que eu estou aqui. Sem vontade de continuar, sem
perspectiva de um futuro onde essa mancha não me acompanhe, presa no erro que
eu cometi. Sem nada, sozinha. E isso porque a tua presença ainda é muito forte,
não sobra espaço pra resto algum. Eu penso toda hora sobre o que você está
fazendo, onde, com quem... e se você ainda pensa em mim.
O Facebook me mostra que você segue a vida da melhor forma possível.
Focado, engajado. Acho que você se encontrou. Ao mesmo tempo em que eu me
perdi. Pode ser que eu só te fazia mal, e agora você enfim está feliz. Mas
posso te garantir que o vice, ou o versa, sei lá, não aconteceu. Eu vivo sem
rumo e sem foco, sem disposição pra qualquer coisa.
Tá chegando a data mais triste do ano pra mim... dez de outubro. E eu
não sei mais como suportar toda a dor que eu tentei bravamente esconder durante
esses 365 dias, vivendo um torpor desde que você se foi.
Eu queria voltar no tempo e fazer tudo diferente, apagar todos os
males e ter minha vida de volta. Hoje, eu sei que não há lugar no mundo em que
eu me sinta bem. Não existe fresta alguma em que eu me encaixe. Só porque a
única fresta do meu tamanho é aquela que fica no fundo do teu coração.
Um ano... Um ano. E a barreira, ao invés de diminuir, aumenta cada dia
mais.
Nenhum comentário :
Postar um comentário